De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 10% das mulheres em todo o mundo sofrem de depressão durante a gravidez e 13% durante o pós-parto. Além disso, muitas outras mulheres podem apresentar sintomas de ansiedade, transtornos alimentares, distúrbios do sono e outras condições de saúde mental relacionadas à maternidade. Porém, infelizmente, muitas mães sentem-se incapazes ou envergonhadas de buscar ajuda profissional devido ao estigma que ainda existe em torno da saúde mental.
É importante destacar que a saúde mental materna não é um problema individual, mas sim um problema de saúde pública. Quando uma mãe está sofrendo, isso pode afetar diretamente o desenvolvimento emocional e cognitivo do bebê, bem como a dinâmica familiar e social. A depressão pós-parto, por exemplo, pode prejudicar o vínculo entre mãe e bebê, a amamentação e os cuidados com a criança.
Portanto, é fundamental que as mães tenham acesso a informações e apoio para cuidar da sua saúde mental durante e após a gravidez. É importante que a família, amigos e profissionais de saúde estejam cientes dos sinais de alerta e que as mulheres produzem e, saibam que não há nada de errado em pedir ajuda. Os profissionais de saúde mental podem ajudar as mães a lidar com a ansiedade, depressão, estresse e outras condições, além de fornecer orientações sobre como melhorar a qualidade do sono, nutrição e outros aspectos relacionados à saúde física e mental.
Além disso, é fundamental que as políticas públicas de saúde incluam a promoção da saúde mental materna como uma prioridade. Os serviços de saúde devem oferecer suporte especializado e acessível para mulheres em todas as fases da maternidade, desde a gestação até o período pós-parto.
A partir de observações e escutas realizadas em diferentes ambientes, tais como trabalho, família e grupos de amigas, tem-se constatado que muitas mães apresentam algum grau de sofrimento mental e/ou emocional.
Neste sentido, é possível identificar diferentes concepções de mães, como as mães biológicas, as mães tentantes, as mães adotantes, as mães de anjos, as mães enlutadas, mães que ama seus filhos mas, não reconhecem nessa função materna. Além disso, é importante destacar que algumas mulheres expressam não querer ser mãe por medo de não conseguirem ser uma boa mãe, ou de não atender às expectativas das outras pessoas.
É importante ressaltar que a culpa e a angústia são sentimentos comuns entre as mães, seja pelo ganho de peso durante a gravidez, pela dificuldade de amamentação ou pelos cuidados com o bebê. Entretanto, é fundamental que as mães saibam que não estão sozinhas e que não há problema em se sentir frágeis ou em buscar ajuda profissional.
Diante disso, a psicologia perinatal e da parentalidade tem se destacado como uma área específica que busca ajudar as mulheres nesse período de transição e adaptação à maternidade. Assim, é importante incentivar as mães a compartilharem suas experiências e procurarem ajuda profissional, a fim de quebrar paradigmas e estigmas relacionados à maternidade e promover a saúde mental e emocional das mães e de suas famílias, sem deixar de considerar que este também, é um tema relevante para os homens.
REDATORA: Ma. Vanuza Marchioli Lopes - Psicológa Clínica (CRP-24/2514)